A AÇÃO ACONTECEU NA MANHÃ DE HOJE, EM MEIO A UM CLIMA DE
MUITA TENSÃO, E UM TRATORISTA CHEGOU A SER APEDREJADO E SOFREU LESÃO NA CABEÇA.
A
ação de reintegração de posse foi cumprida por oficiais de Justiça com apoio da
Polícia Militar. Pelo menos quarenta policiais, incluindo o Grupo Tático,
participaram da operação. Diante da resistência de algumas das famílias que
ocuparam a área, foi necessário o uso de um trator para demolir os barracos.
A
decisão judicial foi expedida em favor da empresa Resecon, responsável pela
construção das unidades do residencial Wirland Freire, do programa Minha Casa
Minha Vida. A área, com mais de vinte hectares, foi invadida por um grupo de
mais de trezentas famílias, que se diziam injustiçadas por não terem sido
contempladas no programa. Um flagrante da operação mostra um homem chorando,
sentado ao lado dos escombros do barraco parcialmente demolido. Junto com ele,
está a irmã, que também teve a casa destruída. “E agora, pra onde nós vamos?”,
limitou-se a dizer a mulher.
Maria
Madalena conta uma história emotiva. O marido está em Santarém, em tratamento
de saúde. O filho foi submetido a cirurgia e ela própria passou por cirurgia
recentemente. A mulher conta que se cadastrou no programa habitacional, mas não
foi contemplada, e agora está sem saber a quem recorrer. "Eu queria só saber onde
estão os nossos políticos. Nossos vereadores e a prefeita. Como é que eu vou
pagar aluguel agora, sem ter quem me ajude?", disse aos prantos.
Na
verdade, a decisão judicial já havia sido expedida há mais de vinte dias, mas
faltava apoio da Polícia Militar para cumprir o mandado. O comando da
instituição informou que esse tipo de ação é delicada, e precisa passar por
todo um planejamento até que saia a decisão pelo apoio da segurança.
O que
reforça essa declaração é que, durante a operação, houve momentos de tensão e
correria. Em manifestação de revolta, alguns donos de barracos atearam fogo à
estrutura.
Segundo
o comandante da operação, capitão Antônio Moura, da Polícia Militar, o trabalho
da polícia se limita a garantir a proteção dos oficiais de Justiça e dos
próprios moradores, para que não aconteça nenhum incidente, como aconteceu no
início da desocupação. O operador da máquina foi apedrejado, e chegou a ser
atingido na cabeça, sofrendo uma lesão. “Nós nos compadecemos pela situação das
famílias. Mas, infelizmente, a lei nos obriga a agir em defesa da ordem
judicial. Para os invasores, cabe cumprir o que está determinado e recorrer, se
for o caso”, resumiu o capitão PM.
Fonte:
Jornalista Mauro Torres
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