A Polícia Civil
apresentou no início da tarde de ontem (15) três suspeitos de envolvimento no
assassinato do sargento da Polícia Militar Marinaldo Maia de Souza, 46 anos,
morto a tiros na madrugada de domingo (11). Jenildo Machado Palheta, 31 anos,
Sabrina de Nazaré Noronha Brandão, 19, e Luiz Carlos Gonçalves Cordeiro, 19,
são acusados de executar o PM em frente de sua casa.
De acordo com o delegado
Daniel Castro, que comandou as investigações do caso, o assassinato foi
articulado pelo presidiário Luiz Carlos, dentro da prisão, para pagar uma
dívida com outro criminoso. “A arma que ele usava para praticar crime era
emprestada e ele a tinha perdido. E, para pagar essa dívida, precisava matar um
policial e pegar a arma dele. Então, escolheu o sargento PM Marinaldo,
provavelmente por já conhecer onde ele morava”, explicou o delegado. Segundo
ele, o sargento era vizinho da mãe de Luiz e, por isso, ele conhecia sua
rotina.
Sabrina, por sua vez, foi
a responsável por fazer o monitoramento da rotina do sargento, providenciando
que o executor estivesse na hora e no local em que o militar estivesse mais
vulnerável. Há a suspeita, inclusive, de que ela já tenha sido empregada
doméstica da casa do sargento, o que lhe traria ainda mais informações sobre a
vida do PM.
Além disso, Sabrina foi a
pessoa que coletou a arma da vítima, depois do homicídio. Já Jenildo Machado
foi a pessoa que forneceu a arma de fogo para matá-lo. O delegado Castro
informa que há uma quarta pessoa envolvida no crime: Michel Silva da Silva, que
efetuou os tiros contra o sargento. Sua prisão já foi decretada, mas ele se
encontra foragido até o momento.
FICHA SUJA
Aos 19 anos, Luiz Carlos
Gonçalves Cordeiro já possui uma longa ficha de antecedentes criminais. Ele
tinha sido preso no ano passado por ter roubado e assassinado um casal em 24 de
julho de 2017, no balneário Tijuca, no município de Abaetetuba, nordeste
paraense. As vítimas foram Maria de Nazaré Vasconcelos Soares e Moisés da Silva
Barreto, proprietários do balneário, que tiveram sua casa revirada e a
motocicleta roubada e foram mortos a tiros depois de terem sido torturados.
Além disso, Luiz carrega
na ficha um assalto a Escola Estadual de Ensino Fundamental Paulo Maranhão,
localizado no bairro do Guamá, ocorrido um mês antes, em 20 de junho de 2017.
Ele, que era aluno dessa mesma escola, invadiu três salas de aula portando uma
arma de fogo e roubou vários pertences de estudantes e professores.
Luiz também assaltou um
segurança no campus de Enfermagem da Universidade Estadual do Pará (Uepa), que
fica ao lado da escola, e roubou a arma da vítima, em maio de 2017.
ASSASSINATOS
Somente esse ano, o número de policiais militares assassinados no Pará já chega a 13.
Somente esse ano, o número de policiais militares assassinados no Pará já chega a 13.
Além disso, mais o guarda
municipal Rubens de Souza foi assassinado a tiros quando chegava em casa, em
Marituba, em 26 de fevereiro, e o agente da Superintendência Executiva de
Mobilidade Urbana de Belém (Semob), Hilário Colino Bermejo Neto, foi executado
a tiros na manhã de 06 de fevereiro, quando estava a serviço na avenida Tavares
Bastos, esquina com Pedro Álvares Cabral.
Pressionada para dar uma
resposta diante da situação de descontrole, a Polícia Civil criou a Delegacia
de Homicídios de Agentes Públicos, integrada a Divisão de Homicídios, dedicada
a lidar com esses casos, cada vez mais frequentes. “A delegacia tem cerca de 1
mês desde que foi criada e já mostra resultados. Muitos dos autores dos crimes
já foram presos ou morreram em combate com a polícia, outros estão foragidos,
mas já identificados”, apontou o Delegado-Geral da Polícia Civil Rilmar
Firmino.
Dos 13 assassinatos de
militares e mais 2 agentes públicos, apenas 2 ocorrências ainda não têm autoria
identificada, o do guarda municipal de Marituba e o mais recente militar
assassinado, Deyvison César Braga de Oliveira, que foi perseguido e morto a
tiros, em Ananindeua, no último domingo (11).
Segundo o
Comandante-Geral da PM, Hilton Celso, no caso de Deyvison, um fato chamou a
atenção: “Há indícios de que ele estaria envolvido com tráfico de drogas, pois
em seu carro foram encontrados maconha, cocaína, dinheiro e uma balança de
precisão. Mas ainda não podemos dizer com certeza, as investigações ainda
apuram essa possível relação”, declarou.
No entanto, segundo o
Delegado-Geral da Polícia Civil, esse é um caso isolado. “Na grande maioria dos
casos, pelo que percebemos nas investigações, as mortes estão diretamente
ligadas com a profissão. Os agentes públicos geralmente são mortos por exercer
sua função”, afirmou.
(Alice Martins Morais/Diário do Pará)
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