É
necessário arrumar as contas públicas? Sim! Quem, em sã consciência, discordará
disso? O problema é:
por que cortar da Saúde e da Educação - que já são
áreas carentes de investimento e que atingem, em cheio, o coração dos mais
pobres do país? A questão
toda é essa e não outra.
Um
dos argumentos para a aprovação da PEC é: grande parte do desequilíbrio fiscal advém do
crescimento dos gastos sociais. É
verdade que houve crescimento dos gastos sociais? Sim. Mas calma!
De
fato, houve um crescimento expressivo desse gasto entre 2002 e 2015, como
mostra este estudo.
Mas isso é ruim? Ou não é importante a promoção social e
ampliação do bem-estar da população mais carente do país? Penso que sim. Foram
estes gastos que tiraram milhares de pessoas da miséria...
Agora,
a corda tinha que arrebentar do lado mais fraco. Como sempre. E o
resultado é este: Os
parlamentares mais caros do planeta, com as maiores regalias do mundo,
decidindo sobre o corte de gastos no SUS e na educação alegando que o Estado
não tem dinheiro.
E a
gente pode falar do aumento para os Ministros dos Supremos que custará ao
Estado R$
3,8 bilhões, ou dos auxílios moradias para os juízes que custarão ao Estado
R$ 860
milhões, os dos aumentos para vereadores (que eles próprios se dão!), e
etc.
Agora pare e pense: por que, ao pensar em reduzir gastos
públicos, partem pra cima logo da Educação e da Saúde? Evidentemente porque é
onde está a camada mais pobre do país - e aí é tudo o que eles querem: o pobre
doente e sem instrução pra eles manipularem à vontade.
É por isso que o István Mészáros já havia afirmado:
Há várias saídas. Que tal uma reforma tributária, que seja
eficiente e equânime, de modo a incentivar o crescimento econômico de longo
prazo, reduzindo a tributação do lucro e da produção das empresas? Seria ótimo:
concentraria o ajuste fiscal de curto prazo sobre uma pequena parcela da
poupança dos mais ricos.
Mas não, né? Melhor cortar dos mais pobres. Com menos
investimento em saúde o pobre será forçado a fazer plano de saúde ou morrer. E
sem investimento na Educação, ficar sem estudar - porque nem as universidades
públicas prestarão.
Como comecei falando neste artigo, é necessário arrumar as
contas públicas, sim. Tem que controlar os gastos públicos, sim, mas poderia
começar cortando as regalias dos poderosos! Inclusive, a gente gasta rios de
dinheiro, 50% do PIB, pagando uma dívida pública que nunca passou por uma
auditoria e não é nada mais que um mega esquema de corrupção
institucionalizado.
O
mais triste é saber que quem aprovou esse projeto absurdo rezou pedindo pra Deus ajudar...
Lembrei do texto de 2 Crônicas, Cap. 10:
Deus
tá vendo isso, viu?!
0 comments:
Postar um comentário