Para a verdadeira conscientização do povo, nada melhor do que começar
pelo político que se encontra mais próximo dele. Será que conseguiremos?
Resolvi
há algum tempo atrás levar essa temática como palestra para todo o Brasil por
acreditar que somente a conscientização de nosso povo sobre a valorização de
seu voto e efetiva participação política permanente poderá tirar a nossa
política do verdadeiro caos que se encontra.
E aí a pergunta o que o vereador
que é um político tem a ver com isso?
Tudo,
primeiro porque os próprios políticos devem ajudar a resolver esse problema,
que apesar de não ser somente deles, como venho batendo nessa tecla (A mudança só virá de fato quando nós nos tocarmos da origem de tudo e
resolvermos fazer a nossa parte!), também deve ser solucionado por eles e nessa
linha de pensar, tudo começa pelo vereador, o político indiscutivelmente mais
próximo do povo e que mudando substancialmente poderá ser um dos agentes mais
fortes nessa luta desigual contra o poder em seu sentido mais amplo, não o do
povo como previsto em nossa Carta Magna, mas o poder econômico, poliqueiro e de
politicagem, político desvirtuado dos interesses coletivos, ou seja, um poder
pelo poder como venho denunciando insistentemente e que teimamos em não querer
mexer nele (A banalização do uso da máquina estatal em favor do clientelismo
eleitoreiro). E olhe que perdemos uma grande oportunidade agora, fazendo uma
reforma que não reforma e muitas vezes deforma o atual sistema, mantendo o
status quo atual e prestigiando os que têm mandato.
Desta feita, entendemos que se o
vereador mudar, o povo pode mudar junta com ele, contudo, não é fácil tão
missão, justamente porque pensamos que a mudança deve acontecer em duas fases
muito claras e distintas, contudo interligadas e é aí que reside o principal
problema: uma fase puxa a outra, que se auto condicionam e faz com que
mantenhamos um círculo vicioso e pernicioso.
Vamos a elas: primeiro, o
vereador ou candidato a vereador em sua grande maioria tentar adquirir o
mandato por meios ilícitos, comprometendo-se, desde já, com esse sistema, pois
ao invés de tentar conquistar o voto do eleitor da forma constitucional e que
se espera de quem terá compromissos com os interesses coletivos, busca o modo
mais fácil, comprar a consciência do eleitor e buscar o seu compromisso pela
mercância.
E o povo se acostumou com esse “modus
operandi” porque com tal método de se dá bem individualmente falando a
sociedade padece, quando na verdade quem devia se dá bem era todos nós como
coletividade e nesse pensamento egoísta, vamos realmente definhando a cada dia.
Então
nessa primeira fase se vê o comprometimento do vereador ou postulante de tal
modo que a segunda fase, a do exercício do cargo, já está totalmente atrelada à
primeira, fazendo com que todo o seu desempenho parlamentar seja compromissado
com seus interesses pessoais, não republicanos e que tanto males causam a
sociedade (Os males da corrupção eleitoral para a sociedade).
São raros
os casos, infelizmente, em que temos vereadores independentes dessa estrutura
de poder pelo poder, em que já no início do mandato, mais uma vez se
comprometem, podendo ser mencionado aqui, como regra geral, que muitos
vereadores já passam direto para bancada do governo para receberem o poder de
indicar pessoas para exercício dos cargos comissionados (A banalização do uso da máquina estatal em favor do clientelismo
eleitoreiro), logo não têm liberdade alguma, como o povo, para votarem no interesse
coletivo, porque justamente se venderam, também como o povo, ao poder. Qual
vereador terá realmente isenção para votar contra um projeto do governo, quando
tem nesse mesmo governo, uma enxurrada de cargos comissionados?
As missões nobres da vereança
ficam comprometidas, em especial, a mais importante hoje no cenário atual, qual
seja, a de fiscalização, pois como o vereador fiscalizará o prefeito com a
independência que deveria ter, se acaso denunciar algo ilícito, perderá de
imediato a “boquinha” como se diz dos cargos que têm no governo.
É uma situação que infelizmente é
regra geral e se porventura passasse, pelo menos a ser exceção, porque ser
extirpada talvez seja impossível, teríamos uma melhora substancial em nossa
política e que influenciaria diretamente o próprio povo tão desacreditado nesse
momento.
Agora para tudo isso acontecer
teríamos que ter primeiro a valorização dos vereadores que sequer têm dimensão
de seu poder e importância no cenário nacional, pois todos os outros políticos
deles dependem, justamente por essa proximidade que têm com os eleitores e que
os identifica como os mais importantes.
Entretanto, na realidade os
vereadores por não terem conhecimento dessa peculiaridade ou por outro motivo
que desconhecemos, são, na grande maioria, subservientes aos demais políticos e
quando estes chegam em sua cidade, correm feito “corderinho” como se diz e
perdão pela expressão da palavra fica “babando” os governadores, senadores,
deputados federais e estaduais, que também na maioria dos casos, sequer sabem o
nome dos vereadores, pois estes só são importantes para os demais políticos
citados quando das eleições, em que os vereadores são cabos eleitorais e agora
comprando os votos no atacado, nova modalidade inventada justamente porque a
maioria dos políticos literalmente compram os seus mandatos e o processo
eleitoral como um todo é um negócio, como muito bem nos demonstrou o juiz
Marlon Reis em seu livro Nobre Deputado.
Nesse diapasão, devem os
vereadores se unirem, porque outra realidade é a patente desunião da classe,
que dificilmente consegue se estruturar ao ponto de um ou outro pela união
conseguirem voos mais altos na política, logo a saída também pela passa pela
agregação de fortalecimento da categoria pela valorização em si e a
demonstração do respeito necessário que se deve impor aos demais políticos,
pois na prática, não tenho a menor dúvida, de que os vereadores dependem muito
menos dos demais políticos, do que estes dos vereadores, já que suas eleições
estão diretamente ligadas ao apoio da maior quantidade possível de vereadores.
Portanto,
a valorização da categoria pela conscientização de sua importância atual e a
tentativa de se livrar da estrutura de poder pelo poder, buscando a realização
efetiva dos interesses sociais, são talvez as estratégias mais eficientes no de
combate ao quadro de putrefação atual de nossa política, justamente porque tais
atitudes forçarão ao próprio povo uma mudança na hora das eleições, pois os
vereadores não mais vão comprar os votos e aí a escolha se dará, pelo menos
como regra geral, pelas efetivas propostas e eventuais serviços prestados, o
que seria um avanço que poderia nos tirar da condição de países
subdesenvolvidos.
E eu como
um eterno sonhador da possibilidade do povo se revoltar com tudo isso e se
conscientizar de que valorizando seu voto, as coisas mudarão, continuarei
fazendo o nosso trabalho, através desse site e de nosso instituto, junto com
meu parceiro de luta pela cidadania, Márcio Oliveira e agora com mais essa
tática de conscientização, indireta, ou seja, através dos vereadores, como
fizemos em nossa primeira fala em evento nacional em Fortaleza, minha cidade
natal e na qual meu pai exerceu justamente a vereança e somente ela por 07
mandatos e mais de 30 anos, em um contexto totalmente diferente do atual, o que
nos dá a esperança de que podemos vencer essa luta e para tanto estaremos indo
nesses próximos dias a mais dois eventos nacionais aqui colocar a sua matéria e
vídeo (Herval Sampaio e a importância do vereador para a política brasileira) e estaremos disponíveis para
viajarmos Brasil afora levando essa fala da importância do vereador para
retomada da política brasileira e como trabalho social que o é, sem cobrança de
quaisquer honorários, pois diferente da maioria dos políticos, o que nos move
nessa tarefa cívica educacional não são os interesses pessoais e muito menos
financeiros e sim a crença de que nossa política pode cumprir seu principal
escopo, servir à coletividade.
A política com a efetiva mudança
de postura dos vereadores pode ser algo que faça a diferença na vida das
pessoas e essa é a nossa maior esperança com esse trabalho, como se diz de “formiguinha”,
logo basta entrar em contato com a gente pelo nosso site que levaremos essa
fala dura e real que tem condições de dar dignidade ao povo brasileiro,
cumprindo-se, pelo menos, os direitos mais básicos a que fazem jus.
[1] Tudo começou quando o
vereador Presidente Gilson Conzeti da União dos Vereadores brasileiros (UVB)
nos viu em uma fala no Estado da Paraíba, na cidade de Souza, convidando para
que participássemos de um evento nacional em minha cidade, oportunidade que de
plano aceitei, tendo havido total recepção de muitos vereadores, o que nos
levou a continuar essa luta por todo o pais e atualmente estamos sendo
convidados a diversos eventos, como por exemplo, a marcha nacional dos
Vereadores, também por convite de nosso Presidente, em que procuraremos
conscientizar cada um dos edis sobre sua importância e essa missão é hoje parte
de nosso projeto de levar cidadania ao povo brasileiro.
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